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BLOG GENTE DA PAZ

As festas natalinas e a falta dos entes queridos

20/12/2023

O Natal e as comemorações de Ano Novo costumam ser representadas na mídia por pessoas alegres e cheias de esperança no futuro. No entanto, nem sempre tais festividades combinam com o momento em que estamos vivendo, principalmente se perdemos alguém amado recentemente.

É assim que surge o desafio: como encarar as festas natalinas em meio à dor do luto? Nós conversamos com a psicóloga Janeth Pinheiro sobre o assunto e ela mostrou um dado interessante: segundo a National Alliance on Mental Illness, para 64% das pessoas que sofrem com questões de saúde mental, as festas de fim de ano agravam esses sintomas.

“Embora o fim do ano, geralmente, esteja associado à festas e comemorações, sendo um momento de animação, em que existe certa ‘imposição social’ para ser feliz, esse período pode ser bastante desafiador para muitas pessoas”, acrescentou ela.

Vamos entender mais sobre essa relação entre bem-estar psíquico, luto e festas? Continue lendo!

Os outros sentimentos durante as festas natalinas

Apesar da imposição da sociedade para que a felicidade reine durante as festas de Natal e Ano Novo, como foi citado por Janeth, nem sempre é isso o que as pessoas relatam à profissional nas sessões de terapia.

“Para muitos pacientes, nessa época surgem sentimentos de tristeza, melancolia, solidão, isolamento, reflexões dolorosas, ansiedade e depressão, pois muitas pessoas não conseguirão passar as comemorações com suas famílias, outras não tem boas relações com os familiares ou acabaram de perder alguém querido, além de que ainda podem reviver o luto. Tem, ainda, aquelas que convivem com a angústia e a sensação de fracasso por não terem conseguido alcançar aquilo que se propuseram, às vezes, até porque criaram uma expectativa muito alta”, contou a psicóloga.

Outra situação é a possível solidão que surge nos últimos dias do ano. Afinal, viver sozinho pode até parecer normal, como explicou Janeth, mas, no Natal, as pessoas se percebem mais tristes e deprimidas, como se estivessem afastadas da sociedade.

Quando luto também está presente

Para além da sensação de inadequação perante à “imposição” da felicidade natalina, pode existir um desafio a mais: o luto. No entanto, lutar contra ele não é a solução.

“O luto é uma forma de curar a perda, e cada pessoa tem o direito de ter o tempo necessário para esse processo de cura”. A especialista lembrou ainda sobre a necessidade de entender qual etapa é vivenciada no momento. São elas:

  1. Negação: não acreditar no falecimento da pessoa;
  2. Raiva ou culpa: raiva de si mesmo, da família, de quem se foi e do mundo, por exemplo;
  3. Barganha: quando a pessoa acredita que já está bem, com a tendência de justificar a morte;
  4. Depressão: a sensação de fraqueza perante a perda;
  5. Aceitação: finalmente, a possibilidade de alcançar a paz emocional.

“Permita sentir a dor de maneira consciente, nomeie o que você está sentindo e escreva quais são essas emoções. Seja gentil com você mesmo, conecte-se, fale com o vizinho, converse com pessoas no supermercado e envie mensagens para os amigos ou colegas”, aconselhou a psicóloga.

Ela ressaltou ainda que não são apenas as emoções que ficam comprometidas, mas também a cognição, a saúde física e a capacidade de autorregulação. Então, é importante colocar em prática as habilidades de enfrentamento, como a respiração consciente.

É possível sentir alegria?

Apesar da dor e da saudade inerentes ao falecimento de alguém amado, ainda assim a alegria pode estar presente e ela não deve ser motivo de culpa.

“Mesmo com a perda de alguém, é possível se alegrar, sorrir e comemorar. Embora a pessoa esteja vivenciando o luto, ela não é o próprio luto e outros sentimentos e emoções podem e devem surgir”, relatou Janeth.

A especialista orientou:

1. Tente ser sensível aos sentimentos dos outros, porque cada um vivencia o luto de uma maneira diferente;

2. Permita-se aproveitar as comemorações, mas também permita-se sentir a falta e a dor;

3. Decida, em conjunto com os outros, qual será a forma de se lembrar de quem não está mais por perto;

4. Enfim, permita-se sentir.

Quando procurar ajuda para enfrentar o luto?

Seja durante as festas natalinas ou em qualquer outra época do ano, é preciso ficar atento aos sinais de alerta de que a saúde mental precisa de apoio para o enfrentamento do luto. Afinal, sentir a perda não é o mesmo que deixá-la impactar negativamente em todos os aspectos da vida.

“Não há hora certa ou errada para buscar apoio psicológico para o luto, mas as pessoas não precisam esperar até que ele tenha tomado conta de sua vida antes de procurar ajuda”.

Alguns indícios são os seguintes:

1.  Sentir que não consegue seguir em frente;

2.  A sensação de que a vida acabou e não há nada para esperar;

3. Situações em que há a tendência de evitar processar o luto, ou seja, tentar superar a perda rapidamente. Em casos assim, a dor pode aparecer quando menos se esperar;

4. Apagar todos os lembretes da pessoa que partiu, como não ir aos lugares que costumavam gostar juntos, remover as fotos da casa e desligar o som quando tocar determinada música;

5. Quando alguns meses se passaram e a pessoa não pode voltar a um nível bastante regular de funcionamento, ou seja, em que o desempenho no trabalho ou na escola sofrer uma queda drástica;

6. Ao surgir sintomas de depressão, perda de sono, diminuição de peso e a sensação de entorpecimento.

Um alerta da psicóloga Janeth Pinheiro é a possibilidade do luto se transformar em Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), uma condição caracterizada pela dificuldade de se recuperar de uma situação tensa, angustiante e traumática, como a perda de alguém.

Durante as festas natalinas ou em qualquer período: você merece ficar bem

O luto é inevitável, mas ele não pode nos impedir de sorrir novamente. Portanto, não tenha vergonha e nem sinta culpa em buscar ajuda para cuidar da sua saúde mental.

Os associados da Paz Universal contam com os cuidados oferecidos pela Medpaz, a nossa clínica médica, onde é possível realizar consultas psicológicas e psiquiátricas com condições especiais.

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